O mês amarelo: consciência, prevenção e cuidado
- Laíssa Esmeraldo
- 11 de set. de 2024
- 3 min de leitura
Todo ano, o mês de setembro ganha os seus (já conhecidos) tons de amarelo como parte de uma importante campanha de sensibilização e de prevenção ao suicídio. A iniciativa tem como principal objetivo promover a saúde mental e realizar ações de prevenção ao suicídio.
Durante todo o mês de setembro, uma série de ações são promovidas para a sociedade e para profissionais sobre a saúde mental. É o momento em que esse tema é abordado em ambientes, da escola ao mundo corporativo, para favorecer discussões sobre o assunto, identificar sintomas e oferecer ajuda e acolhimento.
A temática do suicídio envolve muitos estigmas, o que pode levar a sentimentos como vergonha e medo ao tratar desse assunto. Por esse e outros motivos, a campanha Setembro Amarelo é de suma relevância para facilitar a criação de canais de comunicação às pessoas que precisam de ajuda e de assistência.
A campanha Setembro Amarelo nasceu em 1994, nos Estados Unidos. E no Brasil, em 2015, resultado da ação conjunta do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
O suicídio é considerado um sério problema de saúde pública desde 2006 pela Organização Mundial de Saúde que, todos os anos, vitima mais do que a AIDS, a malária ou o câncer de mama. É uma das principais causas de mortalidade no mundo. Essa realidade é bastante complexa, podendo afetar indivíduos de diversas origens, sexo, culturas, classes sociais e idades.
Segundo dados da OMS, cerca de 90% das mortes por suicídio poderiam ser evitadas, principalmente por meio do diálogo. É necessário falar sobre o tema para desmistificá-lo.
IDENTIFICANDO SINTOMAS
É importante a identificação precoce de sintomas e sinais de alerta. Qualquer ato ou ameaça deve ser levada a sério. Pessoas com risco podem apresentar alguns sintomas, como:
Tristeza;
Perda de interesses por coisas antes prazerosas;
Isolamento;
Problemas de sono e
Falas sugestivas.
O QUE POSSO FAZER?
A psicóloga clínica, com formação em suicidologia, Liza Studart, ressalta a importância de estar disposto para escutar o outro, sem julgamentos, acolhendo e tendo respeito pelo que ele trouxer, seja choro, história, raiva e até o silêncio. Além de incentivar a busca por ajuda profissional para um maior suporte.
A FALA E A ESCUTA
Não há como negar que a palavra “suicídio”, por si só, já vem carregada de estigma. No entanto, somente por meio de conscientização é que se pode abrir caminhos para que a pessoa peça ajuda sem medo de ser julgada.
Segundo a psicóloga Liza Studart, “falar sobre saúde mental favorece para que as pessoas tenham um espaço para dialogar sobre suas dores e serem ajudadas em seus sofrimentos (...) Sabe-se que, apesar do amigo ou familiar ser uma importante rede de apoio, a ajuda profissional tem papel fundamental em casos de sofrimentos extremos. Isso porque o diálogo com um psicólogo/psiquiatra não é aleatório. O profissional tem técnicas para ouvir e intervir nessas situações, sendo os mais indicados para darem suporte na saúde mental.”
E COMO CUIDAR DA MINHA SAÚDE MENTAL?
Liza traz pontos imprescindíveis para o cuidado com a saúde mental e destaca, também, a importância da própria pessoa buscar atividades no seu dia a dia que a deixem bem.
Cultive suas amizades e laços afetivos;
Procure não se isolar;
Fale sobre seus problemas, não espere ficar pior;
Procure bons hábitos (alimentares, de sono e de exercícios físicos);
Reduza o uso do celular, caso esteja excessivo;
Reduza ou evite o uso de álcool e outras drogas e
Caso seu sofrimento esteja atrapalhando seu cotidiano, procure ajuda!
E finaliza ressaltando a promoção da saúde mental, “sobre como viver uma vida com sentido, sobre as possibilidades de crescimento em meio às dificuldades. Não como um otimismo simplista, mas com um olhar muito mais de esperança sobre as pessoas e sobre o mundo.”
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